Social trends 2024 – o que marcas precisam fazer para se destacar nas redes no próximo ano

Para quem trabalha com redes sociais, a publicação do relatório de tendências da Hootsuite é um momento super esperado do fim do ano. Ele traz os inputs que ajudam a trilhar o caminho dos próximos meses.

Desta vez, ele se dividiu em três macro temas:

  1. Inteligência Artificial e redes sociais
  2. O dilema da multiplataforma
  3. ROI

Por aqui, li o relatório inteiro e a impressão foi de que as mudanças tecnológicas não trazem, necessariamente, novos debates para o dia a dia do social media, mas sim acrescentam mais camadas às reflexões que já tínhamos há algum tempo. IA, por exemplo, agregou uma profundidade maior aos desafios da credibilidade, que já permeava a cabeça de quem produz conteúdo online. O dilema das multiplataformas, termo usado pela Hootsuite para descrever o crescimento desenfreado de novas redes, reforça a importância já conhecida de se priorizar os investimentos no digital. E as dificuldades do retorno dos esforços (o ROI) se tornam mais profundos com tantos novos denominadores na jogada.

Bora ver o resumo de cada um desses temas?

Inteligência artificial e redes sociais

Quem trabalha com redes sociais sabe – o dia a dia é animado! A IA pode, se bem usada, ser uma aliada para otimizar o cotidiano de trabalho do social media. De acordo com o levantamento do Social Trends, 61% das companhias afirmam que querem usar IA para ajudar a desafogar o social media. E ,para 2024, devemos esperar um crescimento do uso de Inteligência Artificial especialmente para revisar textos de posts, editar e gerar imagens e apoiar no atendimento ao cliente no online.

Se, por um lado, a IA pode ser uma boa aliada na otimização de mão de obra, por outro, ela traz um grande desafio – o da credibilidade. 62% dos usuários de redes sociais afirmam que estão menos dispostos a engajar com um conteúdo se souberem que ele foi gerado com ajuda de IA. Mas, dentro desse montante, há um recorte importante de faixa etária – baby boomers e pessoas da Geração X são os menos dispostos a confiar nesse tipo de publicação, enquanto os millenials e a geração Z são mais propícios a confiar.

Em 2024, portanto, um grande desafio das marcas será desenhar uma linha clara e coesa entre eficiência e credibilidade/autenticidade nas redes sociais. Não há como fugir da IA, mas é preciso saber usá-la de forma a não ferir a credibilidade da produção de conteúdo. E quem sabe fazer isso? Humanos! Mas como?

A dica número 1 pode parecer batida, mas é importantíssima aqui – é preciso conhecer a audiência, saber o que ela acha sobre IA ANTES de começar a usar no conteúdo. O exemplo do recorte de faixa-etária ilustra bem isso – apesar da maior parte dos usuários de redes sociais não estarem dispostos a engajar com conteúdo produzido por IA, os mais jovens (especialmente os com menos de 30 anos) estão mais receptivos à tecnologia.

A segunda dica é garantir que TODAS as atividades do escopo de social media que geram conexões e criam comunidades sejam feitas por humanos. Alguns exemplos – estratégia de conteúdo, revisão final das publicações, interação com comentários (ainda que tenha algum filtro inicial por bot). E, é claro, o olhar final super necessário para saber se a publicação tem feat com a marca ou não, mesmo que ela seja gerada por IA.

Por fim, criar uma normativa clara para o uso de Inteligência Artificial na empresa para que todos os envolvidos na produção de conteúdo estejam na mesma página. Aqui na Textual, já temos o nosso.

O dilema da multiplataforma

“Esteja onde sua audiência está”, eles disseram. Mas e quando ela está em vários canais? Levantamento da DemandSage aponta que o usuário de redes sociais está em, em média, 7 plataformas digitais. E toda hora mais uma entra no jogo! Isso traz um desafio enorme, pois entrar em um novo canal demanda investimento. Então, o que fazer? A palavra mágica aqui é priorizar!

Sabemos que a conversa de “você não precisa estar em todas as plataformas” não é exatamente nova, mas se torna mais importante à medida que novas redes sociais vão entrando na pauta do dia. Mas é necessário avaliar quais redes realmente fazem sentido para a sua marca, usando como principais critérios:

  • Quais são os canais prioritários da sua audiência. Não basta mais conhecer onde ela está, é preciso saber os principais
  • Considerando os indicadores que preciso reportar e meus objetivos macros, qual rede faz mais sentido? Para responder a essa pergunta, é necessário entender a vocação de cada rede social
  • Analisar a concorrência e o mercado com muita calma e critério – existe algum canal cuja ausência apresenta um real risco de perda de mercado? Aqui não podemos nos render ao FOMA (fear of missing audience). Estar em TODOS os lugares que nossos concorrentes estão não é, necessariamente, estratégico. Vale priorizar os que realmente apresentar riscos em termo de conquista a retenção de público
  • Auditoria das redes que já estamos – sim, elas também precisam ser avaliadas! Criar um banco de dados com os números das publicações de todas as redes que já estamos para uma visualização simples e para a tomada de decisão – Onde ainda faz sentido estar?

Em 2024, marcas vencedoras não terão medo de priorizar canais (ou até mesmo de abandonar alguns que, após uma análise de ROI, não estejam fazendo sentido). Entender os principais pontos focais da jornada do público é uma forma de priorizar.

ROI

Agora vamos falar sobre ele – o ROI das mídias sociais. De acordo com o levantamento da Hootsuite, 69% dos profissionais de social media consideram engajamento como a principal métrica para avaliar o retorno sob o investimento nas redes sociais. Em segundo lugar, as impressões ou views, com 51%, e seguidores, com 49%. Ou seja, o critério de avaliação de um conteúdo nas redes passa, em grande parte, por 3 métricas (view, engajamento e seguidores) que demandam uma grande atenção do usuário.

E o ROI nem sempre está chegando! 68% dos profissionais de redes sociais estão preocupados com o ROI que estão apresentando. E isso talvez seja justificado por um GAP entre o KPI analisado e o conteúdo que está sendo produzido – precisamos reter a atenção da audiência para engajar, mas dados sobre percepção de público sobre as publicações das marcas não tão são positivos:

  • 56% dos usuários das redes sociais pensam que o conteúdo de marca deveria gerar mais identificação
  • 34% do público pensa que as marcas são focadas demais nelas mesmas
  • 32% pensam que o conteúdo produzido pelas marcas é de baixa qualidade

Ou seja – o ROI é medido via o engajamento, mas marcas, no geral, não estão produzindo conteúdo engajador! Como remediar? Para a Hootsuite, a resposta está no entretenimento. Não há mais espaço para marcas focadas em si próprias ou com um tom sério demais, que promovem uma conversa vertical. Elas precisam estar ao lado do seu público e se comunicar como ele se comunica, de uma forma que gere alegria, sensações positivas para a audiência. E isso não passa só pelo humor, mas também sobre inspiração ou aprender algo novo.

Para finalizar, em 2024, marcas vencedoras serão aquelas que “dão o que eles (audiência) querem para ter o que precisam”. Não adianta se fechar em si mesma, precisamos ir ao cerne do que o público quer consumir para construir marcas verdadeiramente engajadoras e trazer as pessoas para mais perto de nós. Só assim teremos ROIs positivos.

Por aqui, levamos para a prática esses aprendizados para mover os ponteiros de negócio e de comunicação dos nossos clientes. Quer ajuda para posicionar sua marca nesse ecossistema complexo? Chama a gente 😊

Pamela Carvalho

Artigos Recentes