A nova epidemia: as fake news na comunicação

A pandemia trouxe um novo olhar para a editoria de saúde. Antes de 2020, ela vinha perdendo a sua importância e se tornando cada vez mais parte de cotidiano, ganhando relevância apenas com pautas factuais. Diversos veículos de comunicação acabaram com seus cadernos ou suplementos especiais de saúde. Mas a Covid-19 mudou todo esse cenário e reforçou que informação de qualidade sobre saúde nunca é demais.

A imprensa em si teve um papel extremamente relevante nessa jornada se tornando a voz de pesquisadores e cientistas. Em meio a tantas incertezas, o jornalismo foi essencial para informar sobre o vírus e esclarecer as principais dúvidas, entrevistando fontes confiáveis da Ciência e tentando conscientizar a população sobre os riscos e a importância das medidas preventivas.

Mas claro que nem tudo são flores. Apesar da apuração incansável dos profissionais de comunicação para transmitir as mensagens corretas de forma clara e precisa, as fake news também ganharam espaço durante a pandemia. Mentiras já se propagaram em diversos momentos da história, mas agora elas conseguem impactar mais pessoas com muita rapidez. Como as novas tecnologias ampliaram o acesso à informação, essas inverdades se espalharam com mais agilidade. O ponto principal é que credibilidade não se encontra em qualquer lugar, por isso é fundamental buscar canais confiáveis, pautados pela ética e transparência.

Mas como identificar as fake news?

Muitas pessoas passaram a acreditar em notícias falsas ou manipuladas, perdendo o senso crítico e ignorando sinais básicos de matérias ruins, como erros gramaticais e linguagem bastante opinativa sem mencionar fontes. Confira algumas dicas que podem ajudar:

  • Leia com atenção todo o conteúdo, não apenas o título. Não acredite apenas na manchete.
  • Verifique a fonte e no caso de matérias compartilhadas pelo Whatsapp ou redes sociais, busque o assunto em outros canais. Checar é sempre importante.
  • Não confunda opinião com fato. Preste atenção se há fontes confiáveis. Opiniões não são fontes.
  • Busque a data da reportagem. Matérias desatualizadas são usadas muitas vezes para embasar conteúdos falsos.
  • Observe se a notícia foi divulgada apenas em um canal de comunicação, sem réplicas em outras publicações relevantes.
  • Desconfie de absurdos, como notícias mencionando que a terra é plana, por exemplo.
  • Caso identifique um conteúdo falso, não compartilhe e denuncie.

Apenas a imprensa pode ajudar a combater essa epidemia?

Mesmo diante desse desafio, o papel da comunicação permanece o mesmo: informar com apuração e qualidade. E essa missão não é apenas do jornalismo, mas também das empresas. Conteúdos sobre saúde são relevantes para diversos stakeholders, como colaboradores e clientes. As companhias, principalmente as do setor de saúde, possuem uma oportunidade incrível de se tornarem referências em conteúdo de qualidade sobre saúde.

E saúde é o bem mais valioso que uma pessoa possui. Ter acesso a informações de qualidade pode ajudar com que ela se cuide mais e tenha uma vida melhor. Em breve teremos o Dia Mundial da Saúde, comemorado em 7 de abril e criado para conscientizar a população a respeito da qualidade de vida e dos diferentes fatores que afetam a saúde populacional. Essa efeméride nos faz lembrar que a comunicação sobre saúde é extremamente relevante, principalmente nos dias de hoje, e que além da imprensa, pode contar com o apoio de empresas do setor. Além disso, todos nós podemos ajudar verificando fatos, debatendo o assunto e denunciando conteúdos falsos para que essa epidemia acabe de uma vez.

 

Marina Lima

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